5.2.08

ir@portugal.com

Objectivo: “on the road to nowhere”;
Material: carro, condutor, pendura, mala para 4 dias, gasolina, mapa ou não, computador, literatura, cigarros e água q.b.;
Método: acaso;
Resultados expectáveis: 4 dias perdidos pelo país, muito sol, muita caminhada, muita esplanada, muito “no fare niente”;
Resultados obtidos:
A partida, como é óbvio, com duas horas de atraso em relação à hora prevista. Até aqui nada de novo!!, mas, porque há sempre um “mas”, chovia “se deus a dava” e era quase noite. Por tal, o primeiro destino, e isto para aproveitar o dia (a esperança é a última a morrer!), teria que ser relativamente próximo. E que tal Foz do Arelho?? Praia lindíssima, uma lagoa, quarto com vista para o mar/lagoa e esplanadas, muitas esplanadas. Ooooohhhh, já não havia luz natural para a esplanada e para a literatura! Oh hum! Mesmo que houvesse, ao que chovia e com o frio que estava, era a mesma coisa. Vá lá, safou-se o quarto com vista para a lagoa! Há que estacionar o carro e andar a pé. A temperatura, sussurravam-me os ossos, deveria rondar os -10ºC, mas mesmo assim nada como uma caminhada ao encontro do restaurante, uma hora para lá, uma hora para cá e, bingo!! o restaurante.. (a esta hora os ossos já eram incapazes de precisar a temperatura!), uma horita de esplanada para o cafezinho (dentro não se fuma!), uma hora de caminho até ao hotel e, acho que a esta hora, se a memória não me falha, já não tinha ossos.
Como deitar cedo e cedo erguer, (…), nada como uma boa noite de sono já com a corridinha matinal em mente. Qual corridinha?! Continuava a CHOVER MUITO! Bom, o melhor é arrancar para sul, o tempo estará melhor. E que tal Costa Alentejana (Vila Nova de Mil Fontes, Porto Covo, …). “Vamos nessa Vanessa!” Uhhmm, o melhor é ver o tempo, porque praia, mar e chuva, outra vez! E uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! O melhor é tentar saber o tempo. Cafezinho na área de serviço, hotspot pt-wifi, liga-se o pc e já está. Mas qual liga-se o pc e já está?! Ignorância minha, é preciso ter uma conta, ou um voucher ou nem sei mais o quê! (não, minto, agora já sei tudo, é só perguntar). Conta não tenho, os vouchers esgotados, net nada. Que remédio, telefonar a alguém que tenha a net à frente e veja. Oh Maria João nem penses nisso, chuva e mais chuva, não achas melhor outro destino? Além disso, fez-se luz, mas Sines não tem Carnaval?? Ui, nem pensar nisso meeesmo! (Felizmente o Carnaval não é uma obrigatória e podemos sempre escapar aos foliões, é só querer!). Muito bem, e que tal Lisboa? Belíssima ideia. Destino Lisboa. Mas, novamente o mas, onde ficar? Parque das Nações. Uma pequena incursão pelo Vasco da Gama para almoçar, sim, porque o tempo não estava para grandes passeios e queríamos aproveitar o dia. Ao final de, se não me falha nenhum, 132 telefonemas, não conseguimos arranjar quarto. E agora? Fez-se luz novamente: Sintra ou Estoril/Cascais. Ganhou a 2ª opção.
Rumo a Cascais, destino marcado, rota traçada… Qual rota traçada?! A dita rota está cheia de ratoeiras colocadas por Loures e Alverca. Já estava mesmo a ver que os próximos cafés iriam ser na “Flor de Alverca” (estava mesmo difícil escapar!). Lá escapamos e chegamos a bom porto, que é como quem diz, Cascais. Bom porto, disse eu?! Em Cascais, duas horas, Estoril-Cascais-CascaiShopping-Cascais-Guincho ou, em alternativa, CascaiShopping-CascaiShopping-CascaiShopping, ou ainda, simplesmente Cascais-Cascais centro-Cascais-Cascais centro, sempre às voltas! Nem tudo a correr mal, encontramos o turismo e um hotel simpático no Estoril. O hotel, tinha um senão, a recepcionista, apesar de simpática, era atordoadamente estúpida. Hoje não escapava, uma esplanada e literatura (mais uma vez luz natural já era!). Como perguntar não ofende “Desculpe, uma esplanada próximo? Ah, isso é muito difícil, só se for um bar, numa carruagem de comboio..”, e lá tentamos ir ao encontro da tal esplanada. Percorridos que estavam quase 20Km, 10 dos quais em bicha e já quase a avistar o Padrão dos Descobrimentos, meia volta e Estoril. Onde é que eu já vi isto? Duas horas, Estoril-Cascais-CascaiShopping-Cascais-Guincho ou, em alternativa, CascaiShopping-CascaiShopping-CascaiShopping, ou ainda, simplesmente Cascais-Cascais centro-Cascais-Cascais centro, agora com uma nuance, de vez em quando a passar pelo Casino. O Casino era ao lado do Hotel (2 min. a pé) e ao lado do Casino muitas esplanadas (ná, a recepcionista só podia estar a gozar!). Ufff! Finalmente, uma esplanada e os jornais todos e as revistas e abatanados e mais não sei o quê! Chegada a hora de jantar, era domingo, o melhor é ir a Cascais. Outra vez?! Duas horas, Estoril-Cascais-CascaiShopping-Cascais-Guincho ou, em alternativa, CascaiShopping-CascaiShopping-CascaiShopping, ou ainda, simplesmente Cascais-Cascais centro-Cascais-Cascais centro. Mas o restaurante existia. Jantar e regressar ao Hotel, porque no outro dia, corridinha na linha, e rumo a Lisboa. Qual corridinha?!, o melhor é ir já para Lisboa, para aproveitar bem o dia. Tudo planeado: comboio até ao Cais do Sodré, subir ao Chiado, tomar café com o Pessoa, e continuar a andar a pé pela Baixa-Chiado, apanhar o elevador para o Bairro Alto, continuar a andar a pé.. só havia um objectivo a cumprir, ir ver a exposição de fotografia da obra do Óscar Nimeyer. Havia uma vaga ideia que era no Museu da Electricidade, mas sem certezas. Nada como ir ao turismo. Confirma-se, está no Museu de Electricidade, mas, lá vem outra vez o mas, hoje é segunda-feira, os museus estão encerrados. Viva, viva!! Bom, desistir do Bairro Alto “jamais”! E além de todos os jardins, miradouros, esplanadas que existem por ali, pode-se sempre ir babar um bocadinho à “Emporio Casa”. “Que estranho?! Ia jurar que era aqui!” Pois, dizia muito bem, ERA, porque fechou. Siga para bingo.. Novo programa, descer novamente até à baixa, apanhar o metro e cinema. Que bom! Estava o filme do Tim Burton! Que mau! Tínhamo-nos esquecido que era um musical!
De regresso a casa, que é como quem diz ao Estoril, completamente de rastos, tinha sido um dia em cheio, com uns 20km a pé, o melhor era jantar, beber o tal cafezinha na esplanada que já conhecíamos e ir dormir. Pois, mais uma vez, planos furados! Qual dormir! Jantar, cafezinho, uma cervejinha, outra cervejinha, um bar onde estavam dois árabes, uma dançarina do ventre e um cowboy, nááá! Contudo, um simpático porteiro, que já não me lembro qual a fantasia, que indica outro bar. Neste, uma cantora brasileira, cheia de garra e amor à música, que nos fez ficar o tempo suficiente para beber a cerveja de penalty. Bom, a idade já pesa, o dia foi longo, o melhor é ir dormir. MAS, onde é que eu já vi isto!, Estoril-Casino-Cascais-CascaiShopping-Casino, Eh lá!! O que é que se passa aqui? Tanta gente, rua, bares, enfermeiras, joaninhas, cowboys, can-cans, índios, o Miguel Ângelo, disfarçado de Delfim, a festa afinal é aqui! O melhor é espreitar! E a cama já só aconteceu às 6H da manhã. Bom dia, bom dia, é terça-feira de carnaval e hoje o “Nimeyer” não escapa! Malas feitas e quase que ia escapando, porque o Museu da Electricidade além de ser um edifício gigante, não estava fácil lá chegar! E afinal o tal bar carruagem existia, quase em Lisboa (confirmadas as desconfianças: a recepcionista não era bem pura!). E oh hum! acabou... Ficou por contar a saga da net, dos hotspots, mas fica para outro…

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